Cuidados pré e pós-cirurgias de cães e gatos
Seguir os cuidados adequados antes e após procedimentos cirúrgicos é essencial para a saúde e boa recuperação do animal
Quem tem um pet em casa e já teve que enfrentar alguma cirurgia do animal, deve saber que esse processo não é muito fácil. Seja antes ou após procedimentos do tipo, o bicho necessita de uma série de cuidados.
A castração, por exemplo, é uma das operações mais comuns. De acordo com levantamento do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), em 2019, cerca de 9 mil gatos e cachorros foram castrados.
Em 2020, esse número caiu para, aproximadamente, 3 mil, por conta da pandemia de Covid-19. Mas a taxa voltou a crescer ainda no ano passado e, de janeiro até abril de 2022, quase 4 mil animais passaram pelo procedimento.
Etapas do pré-operatório de cães e gatos
Ao saber que o pet passará por uma cirurgia, as atenções já começam antes mesmo do procedimento em si. Exames, mudanças na alimentação e higienização são alguns dos pontos principais aos quais os tutores devem se atentar.
“É importante agendar uma consulta prévia com o médico-veterinário. Ele irá examinar o animal e poderá solicitar exames pré-operatórios, para avaliar as condições do paciente e proporcionar mais segurança ao procedimento anestésico e cirúrgico”, destaca Alessandra Karina da Silva Fonseca, assessora técnica e médica-veterinária do CRMV-SP.
Em relação aos exames, Thiago Sillas, médico-veterinário do Hospital Veterinário Batel (HVB), complementa ao dizer que essas avaliações são adaptadas à idade do bicho e ao tipo de cirurgia a ser realizada.
Hemograma e bioquímicos, eletrocardiograma e aferição de pressão arterial são algumas das etapas citadas pela médica-veterinária cirurgiã Thamara Cozzi Gonçalves.
Uma orientação recorrente é o jejum tanto de comida, quanto de água. O médico-veterinário irá indicar corretamente essa parte, mas a tarefa pode ser desafiadora em casa.
“Certifique-se de tirar alimentos e líquidos que estiverem ao alcance do animal e abaixe tampas de vasos sanitários, para evitar ingestões sem a supervisão do tutor”, sugere Alessandra.
Vale destacar que os jejuns adequados servem para diminuir alguns riscos. A veterinária comportamentalista Aline Ribeiro, da rede WeVets, ressalta que esse processo evita vômitos. “Nas fases da anestesia, onde o paciente ainda não está intubado e reflexos de deglutição estão deprimidos, o conteúdo pode ir para os pulmões.”
Dar banho no cão ou gato dias antes da operação é outro ponto de atenção. Se o animal tiver pulgas ou carrapatos, Alessandra lembra da importância de utilizar produtos para controle da infestação, orientados pelo próprio médico-veterinário do paciente. Antes da internação, Thiago comenta ser importante deixar o pet fazer suas necessidades.
Como tranquilizar o pet antes da cirurgia?
Além do cão ou gato estar passando por um momento um tanto estressante, o tutor também pode ficar preocupado. Mas é essencial tentar tranquilizar o animal para que ele fique o mais confortável possível.
Idas ao veterinário, geralmente, não agradam muito os pets. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Adelaide, na Austrália, cachorros, por exemplo, realmente mostram reações de que eles não gostam desse ambiente. Dentre os comportamentos, estão cauda dobrada e orelhas para trás.
Para tentar amenizar o medo antes de uma cirurgia, e o cirurgião Rafael Jorge, colega de Aline, recomenda um trabalho de dessensibilização, ou seja, visitas tranquilas ao hospital.
“Se não houver tempo hábil, quanto mais calma o tutor passar para o animal na chegada do local, melhor. O próprio medo que o responsável tem diante desse momento pode trazer insegurança a ele”, explica.
Cuidados pós-cirurgia de cães e gatos
O momento após uma cirurgia costuma ser mais delicado. Normalmente, cães e gatos são liberados após uma recuperação completa dos efeitos sedativos, como aponta Thiago. No entanto, caso o animal ainda apresente algum resquício do anestésico, é importante evitar alimentação e ajudá-lo na movimentação.
“É importante auxiliá-los para eles não caírem ou se machucarem por falta de coordenação motora e dos sentidos que ainda estarão deprimidos.”
Ainda, o médico-veterinário e professor da USCS Gustavo Nogueira destaca a importância do responsável estar presente quando o pet estiver acordando de uma anestesia. “Ele precisa demonstrar tranquilidade e conversar com o pet, para o animal escutar sua voz e saber que tem alguém de sua confiança próximo a ele”, orienta.
Repouso, acessórios cirúrgicos e limpeza de feridas são orientações básicas e que devem ser seguidas à risca ao chegar com o pet em casa.
“Após cirurgias como a castração, em que é realizada a abertura da cavidade abdominal, o animal não poderá subir e descer de escadas, camas, sofás e não poderá correr, para evitar problemas nos pontos”, alerta Alessandra.
Gustavo lembra que, nesse período, brincadeiras não devem ser estimuladas. Caso o bicho esteja com sinais de ansiedade, o médico-veterinário sugere o seguinte: “sente-se com ele no chão e busque dar atenção de forma mais contida, para evitar as movimentações de mais impacto”.
Outra recomendação de Aline é evitar ou reduzir as saídas para o xixi ou cocô. Quando há outros animais em casa, Thamara pontua que eles precisam ficar afastados do paciente. Por isso, ela indica um isolamento em um único ambiente.
Durante essa fase, roupas específicas ou colares elizabetanos podem ser indicados para que o animal não retire os pontos, evitando também lambeduras no local da cirurgia.
Além disso, vale seguir a risca as medicações e outras possíveis recomendações orientadas pelo médico-veterinário do pet.
Texto produzido por por Jennifer de Carvalho com Júlia Martinez para Vida De Bicho em 19/10/2022.
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