Antibióticos para felinos: corretos e na medida certa
A administração de antibióticos em pacientes felinos deve ser avaliada com muita cautela a fim de evitar problemas de saúde, como a intoxicação, ao animal
Há males que acometem os animais, assim como os humanos, em que a melhor abordagem é o tratamento medicamentoso. Remédios e vacinas são ciência e vida, todos já sabemos bem
disso, não é? E o antibiótico é um tipo de fármaco indicado para felinos em diversas situações, mas é preciso utilizá-lo da forma correta neste paciente e é sobre isso que falaremos nesta reportagem.
Segundo a médica-veterinária da WeVets,
Unidade Mundo Animal, em Porto Alegre (RS), Mariana Brino, os antibióticos são, frequentemente, utilizado no tratamento de doenças causadas por bactérias, ajudam como coadjuvantes no controle de infecções diversas, evitando que o problema se espalhe para outras regiões do corpo do pet (além da afetada) e evitam, também, que a complicação que acomete o pet evolua.
“Na WeVets, nossa abordagem gira em torno de resolver a queixa no momento e,
posteriormente, ter um olhar integrado evitando que ele retorne. Para isso, tratamos a queixa no ato e investigamos a causa junto ao nosso time de mais de 22 especialistas para evitar que aconteça novamente”, narra.
A profissional ainda lembra que os antibióticos não combatem infecções provocadas por vírus ou fungos. “No entanto, podem ser utilizados como coadjuvantes no tratamento destas, prevenindo ou combatendo infecções bacterianas secundárias. Mariana conta que o modo de administração do medicamento é definido sempre de acordo com uma anamnese detalhada com o histórico do paciente, peso, idade e exames que podem ser feitos na clínica/hospital ou que o tutor tenha em mãos. “Também estudamos, detalhadamente, a interação desse medicamento prescrito com outros fármacos
que o pet, porventura, já utiliza”, adiciona.
TRATAMENTO REQUER ATENÇÃO!
O médico-veterinário, fundador do Hospital Veterinário Pompeia e conselheiro do Grupo WeVets, Fabiano Granville, explica que o principal risco de administração incorreta de antibiótico aos gatos é o desenvolvimento de resistência às drogas pelos microrganismo. “Por isso, devemos sempre respeitar as doses de administração, intervalos e o tempo de tratamento. O uso racional de medicamentos em Medicina Veterinária tem inúmeros benefícios, como aumentar a eficácia, diminuir os potenciais efeitos adversos, reduzir o risco de resíduo do medicamento”, enumera.
Granville destaca que cada paciente é único e o tratamento deve ser sempre personalizado. “Devemos sempre respeitar a idade do felino, se há alguma predisposição ou alguma doença crônica presente. Além disso, a forma de administração também é importante, pois sabemos da dificuldade de ofertar alguns medicamentos, o que pode causar uma situação de estresse diária ao gato. Por isso, devemos nos dedicar a conhecer nosso paciente e respeitar suas individualidades”, sugere.
Entre os antibióticos mais utilizados em Medicina Felina, o veterinário cita amoxicilina, doxicilina, enrofloxacina e metronidazol. Ele aindasalienta que os gatos devem receber um olhar
mais atento quando o assunto é antibiótico em comparação aos cães. “Os felinos devem receber uma atenção diferenciada em todos os aspectos do tratamento. No que diz respeito ao metabolismo de algumas substâncias, os felinos têm maior predisposição a doenças renais, então, esses pacientes requerem doses específicas de alguns fármacos, assim como há medicamentos contraindicados para
a espécie. Para maior segurança ao realizar antibioticoterapia em felinos, deve-se levar em consideração diversos fatores como a sensibilidade da espécie, idade do paciente, potencial nefrotóxico da medicação, assim como doenças concomitantes, entre outros”, indica.
Daí a importância de o pet ser sempre assistido por um médico-veterinário, considerando que
a medicação feita em casa, pelo tutor, sem prescrição correta de um profissional, coloca a saúde do gato em perigo. “Além dos riscos que pode acarretar a vida do paciente, como por exemplo uma intoxicação, a ‘automedicação’ pode inviabilizar o uso de medicamentos necessários no momento do atendimento”, discorre Granville. Além disso, Mariana lembra que a oferta indevida de antibióticos pode trazer outras consequências aos felinos: “A resistência a antimicrobianos é um problema crescente e, de fato, desenvolver novas drogas não pode ser a solução para este problema. Algumas das causas comuns que contribuem para o desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos são o uso desnecessário de antimicrobianos, dose inadequada, insuficiente duração da terapia e a utilização de
combinações de drogas antimicrobianas, por isso, devemos sempre utilizar antibióticos com
uso consciente e de forma correta”, finaliza.
“DEVEMOS SEMPRE RESPEITAR A IDADE DO FELINO, SE HÁ
ALGUMA PREDISPOSIÇÃO OU ALGUMA DOENÇA CRÔNICA PRESENTE”.
Texto produzido por Cláudia Guimarães, da Redação para Revista Cães e Gatos, edição 279.
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