Infecção urinária em gatos: causas, sintomas e tratamento
Profissionais esclarecem como se dá a evolução da infecção urinária em gatos e a quais pontos o tutor deve se atentar.
Você é tutor de um gato e, de repente, ele passa a urinar em locais não apropriados, lamber excessivamente a genitália e permanecer muito tempo na posição de urina? Cuidado, o pet pode estar com algum tipo de problema urinário.
“Esses são alguns sintomas que merecem atenção redobrada do tutor, assim como a presença de sangue na urina, xixi com odor forte e vocalização ao urinar. Quando isso acontece, o ideal é procurar quanto antes um médico-veterinário”, aconselha a médica-veterinária com atuação em felinos Juliana Sarmento.
De acordo com especialistas, assim como ocorre com outras espécies, incluindo os humanos, os gatos podem ser acometidos por inflamações e infecções urinárias. Porém, ainda que muitas pessoas confundam, se tratam de problemas diferentes.
“Enquanto a inflamação é considerada uma resposta do organismo a uma ‘agressão’ de diversas naturezas, a infecção pode ser uma reação à multiplicação e ao desenvolvimento de um agente microbiológico, como bactérias e vírus”, explica a médica-veterinária Mayara Andrade, nutricionista de uma marca de alimentos para pets.
Em outras palavras, completa Mayara, “na inflamação, não temos o envolvimento de bactérias e demais agentes microbiológicos. Porém uma simples inflamação pode ser uma porta de entrada para esses agentes e evoluir para uma infecção”.
A mais comum
Segundo Vanessa Zimbres, médica-veterinária especialista em felinos, a infecção mais comum em gatos ocorre por conta de bactérias, sendo que pets com urina pouco concentrada, quadro visto em doença renal crônica, são mais susceptíveis à infecção. Além disso, doença periodontal também facilita o aparecimento de infecções.
“Pacientes que passam por sondagem urinária ou cirurgia de amputação peniana devido a obstruções urinárias repetidas, também podem sofrer com uma infecção por contaminação secundária a esses procedimentos”, esclarece Vanessa.
Diagnóstico e tratamento
Segundo os profissionais consultados por Vida de Bicho, o diagnóstico de doenças urinárias em gatos envolve diversos exames e o tratamento dependerá da causa do problema.
“O diagnóstico sempre será baseado nos sintomas e nos exames de sangue, urina e imagem que avaliam o sistema urinário, como ultrassonografia. O tratamento também será conforme a causa do problema, na presença de infeção, por exemplo, é comum o uso de antibióticos”, comenta a médica-veterinária Cristina Pliego, professora do curso de Medicina Veterinária da Estácio.
Vale ressaltar que a falta de tratamento pode trazer consequências graves aos felinos, como doença crônica e infecção generalizada (sepse).
“O não tratamento de doenças do trato urinário pode ocasionar evolução e o agravamento dos quadros, levando a obstruções totais, ruptura de bexiga, doença renal crônica com falência renal, encefalopatias, sepse, podendo evoluir ainda mais e levar o gatinho a óbito”, ressalta Mayara. Assim, ao desconfiar de qualquer problema, procure rapidamente um médico-veterinário.
É possível prevenir?
Para prevenir tanto inflamações, quanto infecções urinárias em gatos, é importante estimular a ingestão de água.
“Desde a sua ancestralidade, o gato não tem o hábito de beber água, pois os alimentos ingeridos pela caça eram úmidos, com presença de água, como os animais. Portanto ela deve ser estimulada”, diz Cristina.
Vanessa lembra ainda que uma dieta adequada também ajuda a prevenir problemas urinários. “Além de estimular a ingestão de água, é importante investir em boa alimentação, especialmente oferecer alimentos úmidos, em saches ou enlatados para gatos, diariamente, essencial para uma boa saúde urinária”, ressalta a veterinária.
Vale também prestar atenção na caixa de areia. “É fundamental mantê-la sempre limpa, em local distante do comedouro e bebedouro, para que o gato não retenha a urina. Outro ponto importante é a quantidade de caixas de areia por casa: o ideal é sempre ter o número de animais mais um. Ou seja, se eu tenho um gatinho, devo ter duas caixas na casa”, completa Mayara.
Fique de olho
Todas as raças podem desenvolver problemas urinários, porém algumas merecem atenção especial, bem como os pets idosos e machos.
“Normalmente os machos, entre 2 a 6 anos, têm maior predisposição a problemas urinários, além dos idosos. Raças como persa, siameses e mestiços costumam ser mais acometidas”, diz Juliana.
Vale observar também os pets obesos. Contudo, ao contrário do que muitos pensam, a castração não leva a problemas urinários.
“A obesidade é o maior fator de risco para doenças urinárias e é fato que o animal castrado tem um requerimento energético menor que o gato não castrado, mas se ele fica obeso, a responsabilidade é do tutor que o alimentou inadequadamente. Portanto, todo gato castrado deve sair da cirurgia já com a alimentação e quantidade calculada e prescrita”, finaliza Vanessa.
Conteúdo produzido para Revista Casa e Jardim.
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