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Postado em: 27/10/2022
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Câncer de mama também acomete cães e gatos? Especialistas esclarecem!

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Veterinários alertam que doença pode, sim, acometer os pets e merece a atenção dos tutores

Outubro é o mês de atenção para o câncer de mama em humanos, mas você sabia que a doença também pode acometer os pets?

Segundo dados divulgados pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o câncer de mama atinge de 45% a 50% das fêmeas caninas e 30% das gatas, sendo que 20% dos casos são diagnosticados tardiamente.

De acordo com a oncologista veterinária Claudia Brito, responsável pelo setor de oncologia da do Centro Veterinário We Vets, aproximadamente 70% dos tumores em cadelas são malignos, com grande probabilidade de progressão agressiva ou metastática. Nas gatas o número é ainda maior, com 90% dos tumores malignos e agressivos, deles, 80% evoluem para metástases em um ano.

A doutora em cirurgia veterinária Sabrina Marin Rodigheri, professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP), completa informando não haver um levantamento oficial da taxa de mortalidade, porém, diz ela, acredita-se que esse número fique entre 25% e 50% dos diagnósticos.

O que é o câncer?

Assim como nos humanos, o câncer nos pets é caracterizado como um crescimento desordenado de células no organismo. No caso das mamas, é uma multiplicação que ocorre nas glândulas. É mais comum em fêmeas — devido à produção de hormônios como estrógeno e progesterona — com mais de 7 anos, porém, também pode atingir os machos.

“Quando as fêmeas entram no período de cio, naturalmente, acabam tendo uma grande descarga hormonal no organismo, o que também pode levar ao aparecimento do câncer”, explica a médica-veterinária Nicole Cherobim, que atua em uma franquia dedicada ao bem-estar animal.

Como reconhecer?

or já se desprendeu da mama e foi para algum outro órgão, principalmente o pulmão. É importante ficar alerta nesses casos, pois a principal causa das mortes por câncer de mama nos pets é a metástase pulmonar”, alerta Sabrina.

 

A não castração é o principal fator que pode levar os pets a desenvolverem câncer de mama, mas não é o único. Injeções e comprimidos anticoncepcionais, fatores genéticos e até obesidade podem facilitar o aparecimento da doença.

“Em torno de 22% a 40% da população mundial de cães e gatos está acima do peso. Embora a relação entre obesidade e incidência do câncer de mama ainda não seja totalmente compreendida, sabe-se que animais obesos produzem mais substâncias inflamatórias, que podem predi

spor ao desenvolvimento da condição, além da dificuldade de avaliar pequenos nódulos mamários nesses animais”, diz Cláudia.

Dentre os sintomas da doença, as profissionais destacam caroços nas glândulas mamárias, dor e presença de secreção na região das mamas, falta de apetite, apatia, febre, emagrecimento, tosse e até dificuldade para respirar.

“Isso geralmente acontece no caso de uma metástase, que é quando o tum

Além de prestar atenção aos sintomas, é essencial que os tutores apalpem as mamas das cadelas e gatas com frequência, sobretudo das que não foram castradas precocemente.

“Pode aparecer tanto um nódulo maior, do tamanho de uma ervilha, quanto um bem pequeno, como se fosse um grãozinho de areia por baixo da pele, mas que já pode ser algo”, observa a professora.

Diagnóstico, tratamento e prevenção

O diagnóstico do câncer de mama em pets costuma ser feito por meio de exame clínico, punção, e de outros exames, como citologia, radiografia de tórax, histopatológico, ultrassonografia e tomografia.

Já o tratamento envolve cirurgia de mastectomia completa ou parcial, quimioterapia, radioterapia, entre outros.

“Em tumor em cadelas com menos de 3 cm, dependendo da localização, é possível fazer a mastectomia parcial. Acima de 3 cm, a indicação é retirada de toda cadeia mamária. Em gatas, o recomendado é retirar as duas cadeias mamárias”, explica Claudia.

No que diz respeito à prevenção, a castração entre o primeiro e o segundo cio nas cadelas e até os 7 meses nas gatas é o mais efetivo, além de evitar o uso de anticoncepcionais.

“O tumor mamário é dependente de questões genéticas e hormonais para se desenvolver e, com a castração, conseguimos cessar essa produção. Para se ter ideia, estudos indicam que 99% das cadelas castradas antes do primeiro cio não desenvolvem câncer de mama. No caso das gatas, o procedimento reduz entre 40% e 60%”, finaliza a médica-veterinária Danieli Perez Fernandes, supervisora da Clínica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário do Grupo UniEduK.

Texto para Revista Casa e Jardim produzido em 08 de outubro de 2022.

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